sexta-feira, 25 de março de 2011

Uma Carta Atrasada.

Hoje recebi uma carta no nome do meu pai, rsrs...
É bem estranho receber algo no nome de alguem que já faleceu a quase 10 anos, as pessoas vão mas os nomes ficam, junto com a "importância" que elas tem para as empresas, para o comercio, pô! será que não se pode nem descansar em paz sem que haja alguem querendo oferecer algo para se "viver" melhor?

Seria engraçado se não fosse trágico perceber o quão descartável é a vida, quão inválido, sem importância, sem sentido nesse sistema em que vivemos, quando percebemos que tudo que vivemos não passa de uma ilusão fantasmagórica; O que nos mantém vivos, claro... mas não passa de ilusão, de sentidos onde não se tem, de historias que no fim são apenas historias que fazemos o possivel e o impossivel para carregá-las, ensopá-las de sentidos e significados, porque só a carcaça não nos mantém em pé, vivos, precisamos dos outros mesmo depois da morte  para nos dar significado, para preencher aquele nome, de historias, para nos tornar, manter sujeitos, sonhadores, que sofre, que ama, que sente, que vive entrelaçado ao nosso ser, se mantendo e nos mantendo gente.

Sem os outros não passaríamos de um nome, um número em uma carta que chegou muito atrasada.

Thaís de Sá

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O que o brasileiro dá importância?


Hoje eu escutei em um jornal uma notícia que o próprio citou como bombástica... A notícia relatava que uma jovem professora de educação física havia sido considerada a dona do bumbum mais lindo do Brasil, pessoa essa que no mesmo jornal dá uma nota dizendo que não saberia que a bunda dela a levaria tão longe, pelo o fato de sair do anonimato e cair de paraquedas na revista playboy. O que me vem as minhas reflexões  é como o brasileiro dá tanta importância uma bunda bem trabalhada e geralmente nenhum incentivo as mentes críticas e instigantes que temos por todo nosso país.
Só me falta salientar que de uma cabeça que reflita, lê, estuda e se ocupa, pode sair as mais belas músicas, pinturas, danças, livros, enfim, idéias que podem e fazem a diferença em nosso meio, que marcam a história da humanidade, que melhoram nossas vidas, que mobilizam multidões para retiradas de políticos ditadores, que acham curas, que amenizam sofrimentos ...  
E de uma bunda, o que sai?! É, fica ao seu critério, não responder a questão, pois é óbvia, mas escolher com que parte do corpo você deseja “pensar” e transformar o nosso futuro, só deve se atentar para as consequências, pois o futuro é a construção do que é importante hoje!

Thaís de Sá

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Angustia...

Gostaria mesmo de conseguir transformar essa angustia em sofrimento, porque angustia não se trata somente se sente, não dá pra nomear os sentimentos, fica entalada no peito, aquela dor constante, um peso, somente fica, e não se sabe como fazê-la partir porque não se sabe o que é, de onde vem, só é um vazio...
Quando se torna sofrimento, há entendimento, nomes, palavras que descrevam os incômodos, há reflexão, deixa de ser uma coisa centralizada no peito e que não sai da garganta, vira pensamentos, vira lágrimas, se torna possível a busca de uma resposta, de uma resolução...
Sou apaixonada pela natureza, por gestos simples, pelo bom humor, e música de qualidade, gosto de ver as coisas belas, o lado bom, o positivo, de ter esperanças de uma vida melhor, gosto da brisa, da solidão, das memórias, gosto do romantismo, não do romantismo superficial tão consumido e vendido em pró de algo mais, mas o romantismo que é a demonstração de um verdadeiro amor, o mundo já está cheio de muita banalidade e isso também se apossou do que é considerado romântico.
O problema é que o romântico está morto, tudo o que se vê é uma mascara, que o que está por traz não é nada mais que um banal consumismo, uma vontade louca de se reafirmar ou conquistar um objeto, porque pessoas são consideradas objeto, algo a ser adquirido, comprado, consumido.
A sensibilidade é fraqueza que leva ao sofrimento, mas também torna um individuo menos cego, e fazer o que se a verdade quase sempre dói?
Sempre percebo o formato das nuvens, o sol brilhando, o céu bem azul, e a brisa calma que entra pela janela do ônibus toda manhã, percebo os mendigos nas ruas que sempre passam despercebidos, as folhas que caem secas no caminho e em seu lugar folhas grandes e verdes, os casais que se encontram na hora do almoço, e todo o movimento ao meu redor, gosto de perceber o que está por trás do que é evidente.
Me sinto só, pois falta alguém que perceba verdadeiramente esses detalhes, que sinta a música na alma, que se entregue tão facilmente quanto eu a uma voz afinada, uma dança do coração, o sofrimento de alguém que pareça feliz.
Percebo que me afasto mais e mais das pessoas, mesmo mantendo um certo vinculo, não me envolvo além do pedido, pois sempre sofro no fim ao atentar o vazio que ainda se mantém sólido, essa angustia que não passa, me faz diferente, sensível embora pareça o contrario, deficiente, ferida.
Vejo o tempo passar, amigos se afastarem, outros chegarem, uns morrerem, e filhos de amigos nascerem, alguns se casarem, outros se separarem, não percebo sentido, tudo isso é vazio pra mim, e não quero seguir esse caminho, quero criar novos sentidos para mim, e encontrar uma companhia que veja que sou mais que minha imagem pareça.

Thaís de Sá

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Feliz aniversário...


Um período simples e com uma conotação mais simples ainda, não para alguém que infelizmente está longe, que não verá esse texto nem mesmo saberá dos meus mais profundos e sinceros desejos...tudo porque o que mantém ainda seu aniversário é inevitavelmente as recordações, memórias, sem complexidade, sem complicações, somente memórias carregadas de emoções.

Os anos passam e tudo é diferente do que poderia ter sido, menos os sentimentos fincados sob a tela de meu coração, quanta falta me faz, e somente eu sei o quanto! Porque foi você quem partiu e fui eu quem ficou... Quanta falta do simples, do cotidiano, do que se tornou antigo!

Feliz aniversário, um simples desejo que nunca consegui desejar em voz alta, não deu tempo! Simplesmente não deu tempo, Ah! Se eu pudesse voltar atrás e reviver os momentos compartilhados, e ter mais consciência desse tempo raro e escorregadio. Ah! Se eu pudesse ter tomado mais consciência de você, e ter aproveitado melhor o tempo restante...sem deixá-lo passar, simplesmente passar!

Olho tudo isso como uma viagem que nunca acaba, mas que um dia virá tarde da noite com uma grande bolsa nas costas, cansado, mas feliz, pisaria devagar para evitar o barulho, sentaria se despreguiçando, descalçando os pés, e me olhando com aquele olhar amável que no ultimo suspiro deu-se o trabalho de me fazer contemplar, aquele olhar que apesar de tudo dizia: tudo vai ficar bem!

Revivo as memórias, todas, cada uma, juntamente com as emoções que perpassam, procurando dentro de mim um pouco que seja, de você, tentando me alimentar, me nutrir, buscando anestesiar a dor contínua de sua falta, mas, tais lembranças estão ficando pequenas pois, sinto falta dos detalhes, da simplicidade, do que se tornou antigo.

Só queria uma chance de reencontrá-lo e dizer: Feliz aniversário, senti sua falta...Pai!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Uma nova Amizade



Difícil pra mim, me entregar a uma nova amizade
Relembrar histórias antigas e contá-las pra lhe deixar a par de tudo que me criou
De tudo que me levou até você
Muito difícil pra mim! Mas enfim você conseguiu me tirar de meu ciclo de vivências
E me trouxe outra realidade
Que nem sempre preciso ser forte
Ser o apoio, ser a graça
Que posso me despir das máscaras
Que você me aceitará, me apoiará
Será minha verdadeira amizade
Que realmente preencha meus momentos sombrios e que estou tão acostumada a ultrapassá-los sozinha, com meus pensamentos, lágrimas, textos, enfim ...
você pode escutar e ver quem sou e não me abandonará!

Thaís de Sá