sábado, 10 de novembro de 2007

“O que temos medo sempre nos advém”.



Sinto muito por belas lembranças estarem se dissipando de minha mente

Por já não lembrar mais com tanta facilidade de seu rosto ou sorriso

De não sentir mais seu perfume ou escutar sua voz

Por não me agarrar mais a seus abraços guardados em minha memória

E não poder mais sentir suas mãos segurando as minhas

Essa tristeza me ativa a puxá-lo para minha vida, e meu cotidiano

Penso que posso estar sendo egoísta, ou estar lhe traindo

Pois ando me importando cada vez mais comigo

E esquecendo daquele que me deu tudo sem pedir nada

Sinto sua imagem sendo levada de meus pensamentos como folhas levadas ao vento

E tento me agarrar nas poucas que restam, que um dia também serão levadas

Serão engolidas pelo buraco negro de meu inconsciente

Onde restará apenas o vácuo com alguns resquios

É inevitável, pois as estrelas que brilham intensamente no universo

Um dia deixam de existir, morrem

Deixando somente sua luz que se propaga pela escuridão

Onde o tempo consome e põe fim em sua existência

Mas essa luz que um dia se propagou, iluminou o olhar triste de alguém

Hoje entendo que nada pode ser diferente, o que acontece é o melhor a acontecer

A essa estrela devo muito, que me ilumina e se propaga dentro de mim

E mesmo que eu tenha medo de sua luz apagar, vou buscá-la em meu interior

Pois sou parte dela, sou uma nova estrela que vive e ilumina alguém

E que tem uma imensidão para propagar a luz que é minha, mas se origina nele.

Thais de Sá

domingo, 4 de novembro de 2007

Seca


O ar empoeirado, o sol escaldante e árvores retorcidas com pouca ou nenhuma folha, acompanham o mestre das secas, o mandacaru.

O retalho das nuvens mostra que a chuva está longe de vir. Todas as plantações se foram junto com o rebanho, e o chão já rachado martiriza ainda mais as famílias restantes.

A fome é acalmada com farinha e os restos dos animais, a sede, engasga a dor, e já não há forças para chorar.

Olhando pela janela, um rapaz ver o horror que a seca deixara, casas abandonadas e um solo marcado por um terror de cruzes. Fixa-se em umas distantes, o que vai deixando sua respiração mais ofegante e suas pernas mais fracas, a imagem começa a embaçar, lágrimas brotam das minas secas, ele está com saudade... O cansaço pede ao chão um descanso e ele senta-se...

Adiantando-se, seu pai fala: - É hora, deixe-me aqui e siga para a cidade, a chuva não virá.

O jovem diante da cruel e efêmera realidade vira-se entristecido, deita e espera a chuva... Ou a morte...

Thaís de Sá

sábado, 27 de outubro de 2007

Psicologia de um Vencido



Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de

escuridão e rutilância, Sofro desde a epigênese da

infância , A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme– este operário das ruínas Que o sangue podre das carnificinas , Come, e à vida em geral declara guerra...

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra !!!

Augusto do Anjos

Ninguém...



A rua estava fria. Era sábado ao anoitecer, mas eu estava chegando e não saindo. Passei no bar e comprei um maço de cigarros. Vinte cigarros. Eram os vinte amigos que iam passar a noite comigo.

A porta se fechou como uma despedida para a rua, mas aporta sempre se fechava assim. Ela se fechou com um som abafado e rouco. Mas era sempre assim que ela se fechava. Um som que parecia o adeus de um condenado. Mas aporta simplesmente se fechara e ela sempre se fechava assim. Todos os dias ela se fechava assim.

Acender o fogo, esquentar o arroz, fritar o ovo. A gordura estala e espirra, ferindo minhas mãos. A comida estava boa. Estava realmente boa, embora tenha ficado quase a metade no prato. Havia uma casquinha de ovo e pensei em pedir-me desculpas por isso. Sorri com esse pensamento. Acho que eu sorri. Devo ter sorrido. Era só uma casquinha.

Busquei no silêncio da copa algum inseto, mas eles já haviam todos adormecidos para a manhã de domingo. Então eu falei em voz alta. Precisava ouvir alguma coisa e falei em voz alta. Foi só uma frase banal. Se houvesse alguém perto, diria que estava ficando doido. Eu sorriria. Mas não havia ninguém. Eu podia dizer o que quisesse. Não havia ninguém para me ouvir. Eu podia rolar no chão, ficar nu, arrancar os cabelos, gemer, chorar, soluçar, perder a fala, não havia ninguém para me ver. Ninguém para me ouvir. Não havia ninguém. Eu podia até morrer.

Luiz Vilela

domingo, 21 de outubro de 2007

Angel Save me


Angel, I hope you, here with me
My tears it's falling, and my dreams it's parted
My sweat turned blood
I need of help, of that you help me I need of help, the darkness is raiding me I need of help, angel, save me I'm in on infiniy, I'm only, only My smile sad, not convince more anything ...
By this the solitude corrupt me
They're my around, always...
And never more share of my life, the farce finished, they know that all was mask and give me the backs...
Angel give me light, show me the return,
show me the true way, ear my prayer....
Save me...



Thaís Sá