segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sujeito da Falta


Difícil muitas vezes transformar em palavras nossos sentimentos, parecem que elas não conseguem expressar por completo o que sentimos, não são tão fiéis a sua magnitude e profundidade.
Às vezes quando tudo pára, quando o trabalho acaba, o livro termina, as pessoas se distanciam e o silêncio chega, as faltas vão aparecendo, as reflexões surgindo, o vazio se estendendo.
Sou sujeito da falta, talvez quase certo ser ela que me motive a continuar!
E o que antes surgia efeito para camufla-la, agora não é mais...
Preciso desse momento comigo, para equilibrar algumas coisas que sairam do lugar no terremoto do cotidiano frenético em que vivo.
Parar para me sentir viva, humana, diferente e igual, deixando as mascaras descansarem na cabeceira da cama, pendurando as armaduras, e me aliviando dos pesos das armas de minha alma.
Parar para me sentir enfim, despida de qualquer defesa, de qualquer medo...me entregando a meus pensamentos sem temer a represálias, por que enfim, estou só!
Enfim só, mas suplicando pelos os outros... está ficando impossível estar comigo mesma, porque está vazio e escuro aqui dentro, nem as lembranças me visitam mais, não vêm me recordar dos tempos passados, dos abraços calorosos, das músicas antigas, do serrar do serrote, nem das batidas do martelo que me acordavam orgulhosa... não me visitam mais, nem em pensamentos nem em sonhos, é vazio aqui dentro!

Thaís de Sá

Um comentário:

Anônimo disse...

Personas tão necessariamente, necessárias e tão exaustivamente cansativas!