quarta-feira, 23 de abril de 2008

Arrependimentos


Tal azáfama que se faz presente
Faz-me parar de olhar para trás
Áustera loucura que cometi em tempos descrente.

Púdico horror que aterroriza, mas...
Sem a tolerância de meus erros, não seria eu descrente,
Seria eu mais uma a orar fervorosamente,
Sem nenhum pecado a declarar,
Sem nenhum sangue a chorar,

Estaria eu presa novamente,
Nos laços da pureza e nenhuma experiência a contar,
Porque não haveria de conhecer o amor,
Sem ter sentido a amargura da dor.

Caminhos Ambíguos


Sonhos perdidos na lembrança de um momento
Que amoplia e certifica a veracidade do pensamento
Queria não ter de escolher o caminho descrito,
Queria não ter de carregar em meus ombros papéis escritos.

A que me refere a dor e pesar ter que te levar,
Para andar em minha mente e pecorrer o sol
que dentro de mim arde novamente
Pois sim, está desde o começar, o que
Falta perceber que só há luar em vc.

Mas não me mostre tua vida, pois ao despertar
Irei gostar do que receber.
Não lhe mostro a minha, pois ao anoitecer,
Irá sofrer pelo o que deixou esquecer.

Caminhos ambíguos que entrelaçou a nós,
Tais surpresas ferem veloz,
Misteriosos olhares sem entender, atroz
Qual decisão vai ter
Ao terminar do horizonte e esperar o sol renascer.

Thaís de Sá

quarta-feira, 2 de abril de 2008

OZZY


A.V.H.

Eu me levanto e eu me deito
Eu não sei como encarar isso
Toda a dor que me faz gritar
Eu me pergunto se eu conseguirei
Eu amo o sentimento
Quando a magia é certa
Não há revelação
Do que está escondido na noite
Em um trem que não posso controlar
Ninguém mais para culpar
E eu não posso desistir
Na escuridão eu posso sentir
As coisas que me enlouquecem
Mãos da loucura frias como aço
Eu as acho bastante impressionantes
Nunca esquecendo
O que um sonhador precisa saber
Regras foram feitas para serem quebradas
E as sementes que eu tenho que semear
Em um trem que não posso controlar
Ninguém mais para culpar
E eu não posso desistir
Está me chamando, está me chamando
Está me chamando, está me chamando
Estou em um trem que não posso controlar
Não veja o mal, não tema nada
Nunca perca a vontade de viver
Mantenha a visão nos alvos
Saiba com que cartas você está jogando

terça-feira, 1 de abril de 2008

Descortino-te por inteiro


Toco tua pele macia e me arrepio a te sentir. O perfume em meus lábios descontrola-me por inteiro. Descortino o céu, o mar, o vento. Vejo nuvens encobertas de solidão, Vejo sorrisos sem coração, Vejo a lua como canção. Ao dançar ao relento, sinto o pulsar em minhas veias da Abstinência de tua essência. Recaindo sobre mim o desespero e o medo. Sem ti, tudo é mais rápido, concreto e cruel Sem ti, sinto o gosto amargo do fel. Thaís de Sá

Desabitado Corpo


Nebulosas palavras perduram em escuras profundezas. Mentes poluídas que me encorajam, A sujar minhas botas com lama. Fecho os olhos para não ver as horas escoarem, E entrego o relógio de minha alma. Noites insistem no assombro de meu sofrimento. Elementos a andar, percorrendo ruas ao luar, Me levam a rastejar entrelaçando dedos em meus cabelos. Correntes a tilintar, arrastando-me pelo cimento. Desabitado corpo a me enxotar, desumano encontro e meu espanto. Perversos sorrisos a comandar a linha de meu pensamento, Perversas mãos a executar comandos frios, cruzes e aprisionamentos.
Thaís de Sá