domingo, 6 de setembro de 2009

Parábola

Como uma parábola renuncio Ferramentas de dor e reclusão Que esse telhado caia logo E exploda tudo que tiver que explodir Ligado em mim esses fios não me matam Me cercam, me ferem, mas não me matam Casas velhas e destruição E portas que não levam a lugar algum Somente risinhos que incomodam Como uma parábola de ostentação Uma reflexão do abismo que me leva ao egoismo, orgulho e internação Uma paciente da loucura navegante do mar da imundicie dessa prisão. Thaís de Sá

Run...

Um dia estava eu perdida em uma estrada vazia, Com o vento um zumbido veio atormentar meus ouvidos, Ele aumentava a cada momento que passava, pairava no ar. Mais rápido, mais forte. Eu não sabia se corria ou se ficava, Um sussurro me gritava: Run! Run! Run! Eu não corri, E me arrependo até hoje por não tê-lo feito. http://www.blogger.com/img/blank.gif Thaís de Sá

Oráculo de Ódio

Maldito seja o óraculo que bate No centro desse corpo pálido, Nas trevas que consolam o músculo vibrante, Enchentes de ódio almejam o latente e cálido. Onde está você que ajuda minha alma gritante, E penetra em minha consciência ávida? Pode ser que nesse tormento aspirante Eu encontre simplesmente o restante De nossa mente fragmentada. Thaís de Sá

Sem promessas...

Um uivo ao anoitecer desperta em mim você, Corpos a mexer-se freneticamente poluem meus pensamentos, Dedos deslizam na superfície de seus desejos, Poemas e corações partidos, dilacerados encantos, Cogumelo de emoções, arrasam minhas casas finas e tristes, Destrói minhas estradas e pontes, Avassalam meus sonhos tão enfraquecidos, Assassinam meus fantasmas viventes, Que bom seria viver sem promessas, Se não houvesse medo, Se não existissem perguntas... Thaís de sá

Insalubra Andança

É nesse futuro que amamento minha esperança Portas e janelas abertas à expectativa da mudança Caminhos que se dividem ao sabor da insalubre andança Batidas que se repetem a cada distância Revelam-me que posso continuar a vingança... Puno-me na torpe das horas, por não ter alcançado à criança O veneno fabricado pelas mãos cansadas da ânsia Volta a ser tomado com relutância Para um nocivo início de flanância. Nego-me a sujeição novamente E acredito que o sol nascerá reluzente Para esquentar minha pele completamente E apontar um caminho refulgente. Thaís de Sá

Negras Entranhas

Levanto, E paro para vislumbrar a imensidão azul, Mergulho nas profundezas desse magnata, Mergulho para não mais voltar, Me envolvo em suas tranças molhadas para ninguém me alcançar. Gritos ecoam para me ajudar, Mas minha mente esvazia-se, Cada vez mais a me procurar nas negras entranhas desse mar Onde meu corpo só quer afundar. Thaís de Sá

Cova do descrente

Estranha dor que atinge minha alma Minha conciência já não é a mesma Onde havia flores Somente solidão Cavernas escuras hipnotizam Delicadas mãos surgem na escuridão A me puxar para o negro apelo Ohos que se cruzam como espelho Crenças perdidas no buraco de um instante Por unhas que percorrem a carne fétida À procurar a alma distante Violentando a face gélida Trêmulo horizonte que me deparo Eflui do interno soturno Sorrisos que encaro Sangrando emoção inebriante Thaís de Sá

Tempo

Em cada prisma se repete Escorrega pelos dedos Ou desliza sob o espaço Rei da história, aquece corações vazios Amornece sentimentos tardios Pontos insignificante a girar Que sobrevivem ao mistério Brilham intensamente até esvaziar Eliminado critério Enxergo por um instante passar Depois caio na inércia de desejar Que não mais exista para me perturbar Pois hipinotiza vê-lo se arrastar, Preocupa, ao voar, E adormece não buscar. Thaís de Sá

Veias de Furor

Diante dessas formas bonitas desse céu ameaçador. Meus olhos enfumaçados percebem somente a dor, Podendo evitar o verdadeiro reconhecimento do calor, Venho desde o âmago esmagado pelo temor, A mostrar minhas veias encharcadas de furor, Experimentando do negro fel do amor. O despertar do fracasso enlaça meu desejo tentador, E invoco ao céu que destrua meu ardor. Deliro na torbe cinza do véu encantador, E dilacero essa carne que deixa habitar a essência desse terror. Thaís de Sá