sábado, 20 de outubro de 2007

Misteriosa Calmaria...


Sentado numa rocha, no cimo de uma enorme montanha deslumbro um vale sombrio e deserto.
Suas misteriosas árvores me indignam, de tão cerradas serem.
Sua beleza oculta me fascina, deixando o meu olhar preso.
Olho para o céu, escuro como breu, carregado de densas nuvens escuras e cinzentas.
Tempo mórbido…
Olho em volta, não se vê ninguém.
O vento sopra bem alto e forte, quase me faz desequilibrar da minha rocha.
Sinto-me nu nesta imensidão, sinto-me um ninguém nesta vastidão.
Quero pintar com os meus dedos, um céu limpo carregado de luz.
Quero afastar estas densas nuvens escuras e sombrias.
Esta paz que me invade, esta calmaria que sinto e tanto adoro.
Quero um abrigo neste temporal, quero saciar a minha loucura nesta minha nudez.
Meus braços as minhas mãos, as minhas pernas os meus pés, o meu tronco o meu sexo…
Tudo nu, tudo ao descoberto, tento seguir o meu coração e tento acreditar neste mundo que me rodeia.
Mas não posso!!!
Não quero, não me deixam…
Ato asas aos meus sonhos e largo-os, para poderem voar…
Voar para bem longe, voar para se concretizar…
Os dedos, puros nesta minha pele, mal tocada mal sentida…
Tão desejada tão amada.
Brado aos céus por paz no mundo, paz na terra, paz em mim…
Mas, quem ama não ama…
Quem sofre, não sofre…
Quem é, não o é…
E neste mundo de hipocrisia, deixo-me estar aqui, sossegado no meu canto, longe da ficção e do irreal…

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