O ar empoeirado, o sol escaldante e árvores retorcidas com pouca ou nenhuma folha, acompanham o mestre das secas, o mandacaru.
O retalho das nuvens mostra que a chuva está longe de vir. Todas as plantações se foram junto com o rebanho, e o chão já rachado martiriza ainda mais as famílias restantes.
A fome é acalmada com farinha e os restos dos animais, a sede, engasga a dor, e já não há forças para chorar.
Olhando pela janela, um rapaz ver o horror que a seca deixara, casas abandonadas e um solo marcado por um terror de cruzes. Fixa-se em umas distantes, o que vai deixando sua respiração mais ofegante e suas pernas mais fracas, a imagem começa a embaçar, lágrimas brotam das minas secas, ele está com saudade... O cansaço pede ao chão um descanso e ele senta-se...
Adiantando-se, seu pai fala: - É hora, deixe-me aqui e siga para a cidade, a chuva não virá.
O jovem diante da cruel e efêmera realidade vira-se entristecido, deita e espera a chuva... Ou a morte...
Thaís de Sá
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