terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Espírito de Natal


O que mais me incomoda na vida é o cotidiano, o repetitivo, o emblemático, o oficial. Essas datas festivas que não passam da meralidade compulsiva de consumir (pode-se dizer merdalidade).
Esse egoísmo, mercantilismo, dar para receber, reter para ter, essas mesmas luzes piscando, mesmos filmes e músicas, mesmas bebedeiras e mortes trágicas, mesmos abraços, desejos e promessas.
Onde o verdadeiro símbolo fica imerso na futilidade dos shoppings centers, bares e doações de final de ano.
Claro, pois o final do ano é época de confraternização e amor. Mas isso não seriam todos os dias? O que não entendo é que as pessoas escancaram a boca e engolem tudo que é lhe enfiado garganta abaixo, inclusive essa sutil violência.
Papai Noel, coelhinho da páscoa, não existem, porque se existem tiraram férias prolongadas ou estão “trabalhando” na política brasileira (o que não deixa de ser férias), com certeza irão ganhar muito mais, e ainda sairão impunes e se reelegerão quantas vezes quiserem.
É mais fácil guardar dólares na cueca do que sair presenteando cada criança boazinha, (e como o Papai Noel ficaria rico, imagine o tamanho da cueca dele!), mas isso não vem ao caso, o que importa mesmo é o espírito de natal que é regado a vinho, panetonne, uma ceia em família e muitos presentes, o que me espanta é que mais da metade da população brasileira não pode ter esse natal que é vendido na televisão, significando então, que eles meus amigos não tem natal, ou será nós?
Porque natal mesmo não tem nada a ver  com roupas, ceia, bebidas ou presentes caros, natal é um estado de espírito que está ficando cada vez mais difícil comprá-lo.

Feliz Natal...

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