terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Me desfaço, Me refaço...


Depois de viagens subterrâneas, viagens pelas estradas íngremes de meu ser. Viagens que não gostaria de refazer. Depois de sentir as lágrimas grossas escorrerem por meu corpo, ainda tão frágil, meramente vazio. Pude ver o vermelho da vida, pude perceber o azul e o negro de cada ponto em que me encontro. Onde me desfaço, me refaço, me envergonho de meus prantos. E dói, a perda do fogo flamejante que me alimentava ultrajante. Sinto a esta altura mãos fortes a apertar meu pescoço, a me possuir e tirar-me a vida. Lânguidos olhos me encaram, voluptuosas mãos me enlaçam, cálido terror que me ameaça. Melhor seria se o fim estivesse próximo, e que me pudesse possuir de vez, anulando minha dor e pavor, me libertando para um mundo exterior em que eu estivesse em meu favor. Mas o fim não está próximo o que me faz lutar contra a força que invade minha garganta, contra os olhos que sufocam minha mente, contra mim que preferiria perder a chance de tentar novamente. Perdendo o medo realizo o preceito de que só eu tenho a chance de ganhar de mim mesmo. Thaís de Sá

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